Judasmo! - Succos
Especial de Sucot
13 de Tishre 5759; 3 de octubre1998
Esta publicação está disponível nos seguintes formatos Explicação destes símbolos
Quando uma casa não é sua residência?
Em Sucot, obviamente. A Torah comanda que nos mudemos de nossas casas no dia quinze do mês de Tishrei e construamos sucot (popularmente traduzida como "cabanas", mas melhores definidas como abrigos) para serem nossas residências por sete dias.
A razão revelada para esse mandamento da Torah é a explicação de que morar em sucot por sete dias nos lembrará da proteção supernatural contra o clima severo do deserto aonde Hashem proveu para nossos antepassados ao liberta-los da escravidão egípcia. Mas, nesse caso, assim como com todas as mitzvot, existem muitos ensinamentos.
Talvez a lição mais elementar seja a de sentir algo como temporário. Ainda que nos esforcemos para dignificar essa mitzva ao enfeitar a suca ao máximo e cumprir a indicação de nossos Sábios de "você deve morar nelas como reside em sua própria casa", não há como escapar do sentimento de que é uma "moradia temporária". Quando sala de visitas, sala de jantar e quarto se combinam em uma área limitada, e quando os móveis são apenas os indispensáveis, os moradores da suca sabem que não é uma situação pemanente.
O valor de tal experiência emerge da história clássica de um Judeu que foi visitar o famoso Rabino, Rav Ysrael Meir Kagan zatzal, (o Chofetz Chaim) na sua modesta casa na cidade polonesa de Radin. "Aonde estão seus móveis?" perguntou o visitante surpreso quando viu que haviam poucos móveis no quarto. "E aonde estão os seus?" perguntou o Chofetz Chaim. "Eu não tenho móveis comigo porque estou viajando", explicou o visitante. "Eu também estou de visita neste mundo,", respondeu o Chofetz Chaim, "pois nossas vidas aqui são apenas uma preparação para o mundo real, o Mundo Próximo. Para meramente passar por este corredor de tempo eu tenho suficientes móveis".
Na nossa busca de conforto e standart alto de vida nós inevitávelmente nos iludimos que estamos aqui para sempre e portanto devemos tentar aproveitar ao máximo. Uma semana, em uma moradia temporária, aonde só temos lugar para o essêncial para sobreviver restora nosso foco a natureza transiente de nossa existência e provê pelo menos parte da perspectiva de transcendência do Chofetz Chaim.
Outra lição vital da suca foi resumida de forma figurativa por um grande líder Chasídico que disse que "a mitzva da suca é a única aonde você pode imergir, até mesmo com suas botas". Existem 248 mandamentos positivos, mas todos eles requerem apenas parte do corpo humano para seu cumprimento: por exemplo, para tefilin utilizamos a mão e cabeça; para reza, Shma e estudo da Torah nossas bocas e cérebros; para balançar as quatro espécies de Sucot nossas mãos. Apenas na mitzva de morar na suca usamos todo nosso corpo. (Yshuv Eretz Ysrael, morar em Israel, é outra mitzva em que o Judeu totalmente imerge seu corpo, mas é limitado geográficamente, enquanto que a suca pode ser construida aonde quer que o Judeu more.)
Essa perspectiva é crucial para todo Judeu. Sua vida religiosa não depende do tempo em que está na sinagoga ou quando cumpre um desses 248 mandamentos. Ele tem que servir Hashem quando come, dorme e trabalha.
A chave disso é o conceito Bíblico de "conhece-lo em todos os seus caminhos", interpretado pelos sábios como o desafio de dedicar até mesmo nossos atos mais mundanos "leshem shamaim" - para os Céus. Se você come, dorme e trabalha para ter condições físicas e econômicas para cumprir as mitzvot de Hashem, é considerado como se você estivesse servindo-o o tempo todo. Por isso, a suca como residência, incluindo todas as nossas funções diárias de santidade do serviço Divino, convém essa importante mensagem para nossas mentes e corações.
Outra dimensão da experiência de Sucot é baseada na nossa preferência pela tradução de "abrigos" ao invés de "cabanas". A era nuclear em que crescemos causou um senso de apreensão, de visões deprimentes de alguém do outro lado do mundo apertando um botão e lançando mísseis mortíferos capazes de destruir uma porção significante da raça humana. Até mesmo com o colapso de tal ameaça com o desenvolvimento de uma Guerra Fria a quente, ainda existem ameaças de terroristas suicidas explodindo a si junto com muitos outros e assassinos em massa tem acesso a armas nucleares vendidas a alto preço.
O aspecto mais deprimente desse sentimento de medo é o de que não existe salvação em nenhum abrigo feito pelo homem. A suca nos lembra que os Judeus no deserto enfrentaram as dificuldades do sol escaldante ou frio congelante com o abrigo de pilares de nuvens miraculosamente colocadas acima e em volta deles pela compaixão Divina. É esse conceito de que os Céus proverão abrigo contra todos os perigos - naturais ou humanos - que nos dá a segurança de alegremente continuar vivendo nossas vidas e dedicando todos os momentos à Hashem, que nos cuidará com Seu amor e proteção, assim como nós nos imergimos na santidade da suca.
Publicado por Instituições Or Sameach - Departamento Latino-americano
Diretor : Rabino Betzalel Blidstein
Escrito e Recompilado por Rabi Yaakov Asher Sinclair
Editor Responsável: Rabi Moshe Newman
Tradução : Nomi Travis
Ohr Sameach Institutions
Rehov Shimon Hatzadik #22, P.O.B 18103
Jerusalem 91180, Israel
Tel: 972-2-581-0315 Fax: 972-2-581-2890
E-Mail: info@ohr.edu E-Mail en Español: spanish@ohr.edu
(C) 1998 Or Sameach Internacional - todos os direitos reservados. Esta publicação pode ser distribuida sem autorização prévia. Incentivamos nossos leitores a incluir nosso material em outras publicações, como por exemplo, revistas comunitarias . Entretanto neste caso, solicitamos nossa autorização prévia e que nos enviem um exemplar.